A bancada evangélica conta, atualmente, com 202 deputados de 15 partidos e, por isto, é considerada fundamental para a sucessão da Câmara. Embora não vote "em bloco", a estratégia de apresentar seus planos ao segmento religioso é considerada fundamental.
A bancada espera que a promulgação da PEC das Igrejas ocorra às vésperas da Semana Santa, depois de ser votada pelo Senado. Em mais uma tentativa de amenizar o desgaste com evangélicos, o governo cruzou os braços e viu avançar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária para igrejas. O texto foi aprovado de forma simbólica em uma Comissão Especial da Câmara, sem a oposição do Palácio do Planalto e com a presença de apenas um deputado governista.
A tendência é de aprovação no plenário e a tônica deve permanecer a mesma: o Executivo não deverá se posicionar contra, ainda que o projeto possa representar uma perda de arrecadação de R$ 1 bilhão, nas contas do relator da matéria. No plenário, são necessários ao menos 308 votos, em dois turnos, cálculo que os apoiadores imaginam alcançar com folga, já que a iniciativa tem amplo apoio na Casa.
Ainda que represente menos dinheiro no cofre em um contexto em que os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) buscam espaço no Orçamento para manter investimentos e cumprir a meta de déficit zero, o governo calcula que uma manobra que contrarie a bancada evangélica tem um custo político elevado.