Sete policiais militares foram afastados da corporação por risco de interferência nas investigações da chacina que resultou na morte de nove pessoas após um tiroteio entre a polícia e um homem armado em Camaragibe, no Grande Recife, em setembro deste ano. O afastamento foi determinado pela Justiça a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
O MPPE informou que esses policiais não são os mesmos que foram alvos da operação realizada pela Polícia Civil na quinta-feira (14), na qual cinco PMs suspeitos foram detidos. Os nomes dos agentes não foram divulgados.
A instituição disse que requereu "medidas cautelares diversas da prisão", sendo o afastamento das funções públicas contra pessoas que, "pelas condutas que tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam", poderiam "influenciar" no andamento das apurações do caso.
"O acompanhamento do inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para elucidar os fatos reforçou a avaliação dos membros do Ministério Público de que é preciso assegurar condições jurídicas e de fato para que os próximos atos investigatórios se deem em ambiente isento de quaisquer interferências que comprometam sua eficácia", afirmou o MPPE por meio de nota.
Ainda de acordo com o Ministério Público, todos os pedidos de afastamento feitos pela instituição foram atendidos pela Justiça.
A Polícia Civil realizou, na manhã de quinta-feira (14), uma operação para prender uma quadrilha suspeita de envolvimento na chacina em que oito pessoas foram assassinadas no Grande Recife, em setembro deste ano (veja vídeo acima). Um mês depois dos confrontos, uma nona vítima, a jovem gestante Ana Letícia, morreu no hospital.
De acordo com a Associação de Cabos e Soldados, os detidos são policiais militares. Ao todo, a Polícia Civil informou que cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão na Operação Sobejo.
Quatro homens alvos de mandado de prisão foram capturados. Uma mulher foi detida por ter sido encontrada com munição. Entretanto, ela pagou fiança e foi liberada, segundo o advogado Eduardo Morais.