Antes do resultado do terceiro trimestre ser divulgado, as projeções captadas na edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa do Banco Central (BC) com analistas de mercado, apontavam para um crescimento econômico de 3,2% este ano. Assim como no primeiro semestre do ano, o consumo das famílias se manteve como motor da economia, pelo lado da demanda.
Pelo lado da oferta, os serviços, que respondem por cerca de 70% da economia, e a indústria seguiram em alta. Embora a alta do PIB do terceiro trimestre represente uma desaceleração em relação ao rimo do segundo trimestre, está longe de ser a freada que chegou a ser esperada por economistas no início de setembro.
À medida que os dados mensais da indústria, do varejo e dos serviços de julho, agosto e setembro foram sendo divulgados, a ideia de freada ficou para trás. As estimativas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), por exemplo, começaram em alta de apenas 0,1% para o PIB do terceiro trimestre.
Segundo a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro, do FGV Ibre, o que garantiu o crescimento acima do inicialmente esperado, mais uma vez, foi a continuidade do impulso ao consumo das famílias, que não perdeu tanta força.
E esse impulso, continuou a economista, foi dado pela força dos mesmos motores dos últimos trimestres: o bom momento do mercado de trabalho, com o desemprego nas mínimas históricas, o avanço do crédito e os gastos do governo com o benefício do Bolsa Família e com programas sociais cujos pagamentos são atrelados ao salário mínimo, que saem ganhando com a regra que garante reajustes reais.