O Banco Central cortou a Selic em meio ponto percentual na noite desta quarta-feira (13), e com isso a taxa básica de juros no país recuou de 12,25% para 11,75%. Esse é o menor patamar desde março de 2022. Foi a quarta redução consecutiva dos juros, que começou a cair do nível de 13,75% a partir da reunião de agosto.
Desde o último comunicado, o Banco Central já havia sinalizado pelo menos dois cortes na taxa de juros em meio ponto, na reunião de hoje, e também na reunião de janeiro, quando a Selic cairá para 11,25%.
A política monetária vem refletindo a queda da inflação medida pelo IBGE, mas também a redução das expectativas, medidas pelo Boletim Focus. No cenário internacional, também há uma conjuntura de queda sincronizada da inflação nas principais economias.
Um fator decisivo para o início do ciclo de cortes foi a manutenção da meta de inflação de 2026, em 3%, em junho deste ano. Sem essa incerteza, o BC começou a cortar a taxa na reunião seguinte.
Essa foi a última reunião do Copom em 2023. O comitê se reúne a cada 45 para decidir o rumo da taxa básica da economia. Pelas projeções do Boletim Focus, a Selic deve terminar o ano de 2024 em 9,25%.
Inflação na meta
Nesta terça-feira, o IBGE divulgou o IPCA de novembro, que ficou em 0,28%, abaixo dos 0,41% do mesmo mês do ano passado. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses caiu de 4,82% para com 4,68%, já dentro do intervalo de tolerância da meta.
Das 16 capitais pesquisadas pelo IBGE, metade já está com a inflação da meta: Rio de Janeiro (3,97%), Campo Grande (4,71%), Goiânia (3,94%), Fortaleza (4,64%), Curitiba (4,69%), Salvador (4,01%), Recife (3,86%) e São Luís (2,28%).
Desde o início do ano, a expectativa de inflação para 2023 caiu de 5,3% para 4,5%, ou seja, passou a ficar dentro da margem de tolerância da meta, que é de 3,25% com 1,5 ponto percentual de margem, para cima ou para baixo. Para 2024, houve ligeira piora, de 3,62% para 3,92%, também dentro da meta, e para os anos seguintes a projeção está "ancorada" em 3,5%, para um centro de meta de 3%.
Governo quer mais
A queda em doses de meio ponto vem sendo alvo de críticas do governo. No sábado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que as medidas apresentadas ao Congresso para o ajuste fiscal e correções tributárias, aliadas à promulgação da Reforma Tributária sobre o consumo, criam um ambiente para “exigir” o corte da taxa básica de juros.