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Operação prende suspeitos de envolvimento em chacina em Camaragibe; alvos são PMs, diz advogado

Publicada em 14/12/23 às 10:43h - 111 visualizações

por g1


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 (Foto: Reprodução/WhatsApp)

A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (14) uma operação para prender uma quadrilha suspeita de envolvimento na chacina em que oito pessoas foram mortas no Grande Recife, em setembro deste ano.

De acordo com a Associação de Cabos e Soldados, os alvos são policiais militares. Além das oito mortes, mais uma vítima faleceu mais de um mês após os crimes.

Ao todo, a Polícia Civil informou que cumpre 20 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão na Operação Sobejo. A corporação não informou quem são os alvos, mas o advogado da Associação de Cabos e Soldados, Eduardo Morais, afirmou que todos são PMs.

Até a última atualização desta reportagem, quatro homens alvos de mandado de prisão foram capturados, e uma mulher, alvo de busca e apreensão, foi detida por ter sido encontrada com munição. Entretanto, ela pagou fiança e foi liberada, segundo o advogado Eduardo Morais.

Imagens mostram dois dos suspeitos, ainda fardados com o uniforme do Batalhão de Radiopatrulha da Polícia Militar, sendo levados para dentro do Grupo de Operações Especiais (GOE), no Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. Outro vídeo mostra um homem de camisa vermelha também sendo levado.

Os mandados foram expedidos pelo Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Camaragibe. Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram munições, armas e celulares apreendidos.

De acordo com o advogado Eduardo Morais, os policiais são inocentes.

"Acho que não tinha necessidade dessa prisão, porque todos são servidores que estavam colaborando com a investigação do GOE, que desde setembro eles vêm desencadeando e a gente acompanhou outros policiais aqui na sede do GOE para oitivas e entendemos ser intempestiva essa prisão. Porém, respeitamos e vamos, dentro do processo, exercer o contraditório", afirmou.

A chacina

Os crimes investigados aconteceram entre os dias 14 e 15 de setembro. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), a Polícia Militar recebeu um chamado do disque-denúncia de que haveria pessoas armadas em cima de uma laje, no bairro de Tabatinga, em Camaragibe.

Após chegar no local, dois policiais foram baleados na cabeça e morreram:

Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos: soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar;

Rodolfo José da Silva, de 38 anos: cabo do 20º Batalhão da PM.

Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, foi apontado pela polícia como o suspeito de matar os dois policiais. Nesse mesmo tiroteio, além dos PMs, uma grávida de 19 anos e um primo dela, de 14 anos, também foram baleados. Ana Letícia deu à luz uma menina e morreu mais de um mês depois.

Logo depois, no mesmo bairro, foram mortos, em ordem cronológica, três irmãos do atirador e o próprio criminoso, na noite de 14 de setembro e na madrugada e na manhã de 15 de setembro, respectivamente. Além disso, a mãe e a esposa dele foram encontradas mortas num canavial em Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco, também no dia 15.

 

Cronologia

14 de setembro (quinta-feira):

Por volta das 21h, os PMs Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e o cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, foram até Tabatinga verificar uma denúncia de que um homem estava em cima de uma laje "dando tiros para cima em uma comemoração";

Esse homem foi identificado como Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, mas ele estava treinando tiros em uma mata perto do local, de acordo com a família da grávida Ana Letícia, que é vizinha dele;

Alex não tinha antecedentes criminais e tinha uma arma de mira a laser que era registrada;

Quando a polícia chegou ao local para averiguar a denúncia de tiros, Alex entrou na casa da família de Ana Letícia para fugir da abordagem policial;

Ao ver os policiais se aproximando, houve uma troca de tiros entre Alex e os policiais. Dois PMs foram baleados na cabeça, e ele fugiu;

No tiroteio, também ficou ferida Ana Letícia, jovem de 19 anos que estava grávida de sete meses e perdeu parte da visão do olho esquerdo e massa encefálica;

Antes da troca de tiros, Ana Letícia estava dando banho no filho mais velho, de 3 anos, e o adolescente tinha ido buscar uma fralda para a criança. Segundo um dos advogados da família, Jean William, Alex fez Ana Letícia de escudo humano;

O primo de Ana Letícia, um adolescente de 14 anos, ajudava a colocar Ana Letícia no carro para levá-la ao hospital quando chegaram mais policiais ao local. Ele disse ter sido agredido pelas costas, derrubado e baleado na nuca por esses policiais;

O irmão de Ana Letícia, Carlos Augusto, contou que foi torturado por policiais depois que a irmã foi baleada. A família também disse que o carro que estava levando a jovem a uma unidade de saúde, foi alvo de tiros dados pela polícia na Estrada de Aldeia.

15 de setembro (sexta-feira):

 

Por volta das 2h, também em Tabatinga, três irmãos de Alex foram baleados por homens encapuzados: Ágata Ayanne da Silva, de 30 anos; Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, ambos de 25 anos;

O crime foi transmitido ao vivo no Instagram: Ágata e Amerson morreram no local; Apuynã foi levado ao Hospital da Restauração, no Recife, mas não resistiu aos ferimentos;

Algumas horas antes, Agata comentou no Instagram que a mãe foi sequestrada e que teve a casa invadida por mais de 10 homens;

Por volta das 9h, os corpos da mãe de Alex, Maria José Pereira da Silva, e de Maria Nathalia Campelo do Nascimento, 27 anos, esposa dele, foram encontrados num canavial em Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco;

Por volta das 11h, durante buscas da Polícia Militar, Alex foi localizado em Tabatinga, trocou tiros com o efetivo e foi morto.

Em 2 de outubro, Ana Letícia, que estava grávida de sete meses quando foi atingida pelos disparos, deu à luz a uma menina ainda em coma.

Em 21 de outubro, Ana Letícia, morreu devido a um quadro de choque séptico.




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