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Com Rafaela Santos e Wanderson Medeiros

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Recife, Paulista, Jaboatão e Olinda têm 338 imóveis interditados por risco de desabamento

Publicada em 12/07/23 às 12:05h - 99 visualizações

por G1


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 (Foto: Reprodução)

Prédios com problemas na estrutura estão espalhados pela Região Metropolitana do Recife. Somente nas cidades de Paulista, Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes pelo menos 338 imóveis estão interditados por risco de desabamento.

Uma questão que se arrasta há décadas e tem reflexo nos acidentes causados por desabamentos de prédios, como o ocorrido no Conjunto Beira-mar, em Paulista - que resultou na morte de 14 pessoas na última sexta (7).

Na mesma cidade, um elefante branco à beira-mar, também conhecido como “prédio abandonado de Maria Farinha”, é apenas um dos exemplos.

O que deveria ser um edifício de luxo de mais de 15 andares e mais de 200 apartamentos se tornou mais um caso da falta de soluções para as construções abandonadas. O prédio, inacabado há 38 anos no município de Paulista, no Grande Recife, é apenas um.

O problema afeta prédio de vários tipos de construção, e não apenas os chamados edifícios caixão.

No bairro da Torre, na Zona Oeste do Recife, um imóvel abandonado de quatro andares chama a atenção de quem passa na Vila Santa Luzia.

Não tem pilares, nem vigas. Os tijolos são vazados e alguns estão quebrados. As gambiarras estão por toda parte e a fiação elétrica e os canos de abastecimento de água estão do lado de fora do prédio.

O mais grave é que 12 famílias moram no local e, na parte de baixo, funcionam estabelecimentos comerciais.

Apesar de ter sido interditado pela Prefeitura do Recife mais de uma vez – a última na segunda (10), os moradores tiraram a placa e permaneceram no local como se não corressem perigo.

O prédio é particular e as pessoas pagam R$ 500 de aluguel por mês. Tanto o abastecimento de água quanto o fornecimento de energia elétrica são feitos por ligações clandestinas.

Proprietários e condomínios têm responsabilidade

"Todos tem uma responsabilidade; o proprietário é responsável pela sua unidade habitacional, o condomínio é responsável pela coletividade e o poder público precisa agir para vistoriar, interdidar, demolir, quando for necessário. Toda essa cadeia precisa funcionar para evitar situações dessa natureza", explicou o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Pernambuco, Gustavo Farias.

Farias explica que é preciso ter atenção aos sinais que as construções apresentam e que podem indicar riscos aos imóveis.

"Fissuras, infiltrações, dificuldade de abrir janelas, dificuldade de fechar portas; isso já demonstra um estágio avançado e já é indício de você querer desocupar o imóvel", completou.

Ameaça onde menos se espera

Imagine ter uma casa confortável, com quatro quartos, 280 metros quadrados, e um prédio vizinho ameaçar o patrimônio e a tranquilidade da sua família.

O engenheiro agrônomo Alberto José Rodrigues dos Santos passou nada menos que 19 anos fora de sua casa porque um prédio de seis andares e 24 apartamentos, vizinho da sua residência, estava ameaçado de desabamento.

"Fiquei desesperado, fiquei nervoso. É uma situação incomum você ficar 19 anos fora da sua casa. Tive que voltar para o aluguel tendo uma casa para morar. Fui à Defesa Civil em várias ocasiões, pedindo para voltar, correndo o risco de o prédio cair. A defesa civil negou veementemente. Através de uma liminar foi tomada uma decisão para que o prédio fosse demolido", contou o engenheiro - que esperou quase 20 anos pela execução da demolição.

Durante esse tempo, sem qualquer ajuda para pagar o aluguel de um outro lugar, precisou morar na casa da sogra até conseguir outro lugar para viver, enquanto via sua casa se degradando. O imóvel foi furtado – roubaram parte da fiação elétrica e a bomba da caixa d’água.

A demolição do prédio foi iniciada no final do ano passado e demorou quatro meses. No início de 2023, Alberto dos Santos e a família começaram o processo de restaurar o imóvel - danificado depois de tanto tempo fechado.

"Não posso calcular o prejuízo, mas é imenso. Entrei na casa em fevereiro desse ano, após a demolição do prédio. Estamos fazendo algumas obras para a gente realmente se sentir confortável. Já tive dois infartos, pensei que ia ter o terceiro por conta dessa espera. Achava que iria morrer e não veria jamais esse prédio demolido, nem voltaria para minha casa", contou.




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