O depoimento a respeito das denúncias contra o ex-marido foi realizado na Delegacia da Mulher de Paulista, no Grande Recife. Foi lá que as delegadas Jéssica Ramos e Fabiana Ferreira instauraram o inquérito para apurar a violência doméstica de que Maria Eduarda relatou ter sido vítima.
A investigação começou com uma denúncia feita pela economista aposentada, em 1º de novembro. Neste dia, ela afirmou que Pedro Eurico havia tentado invadir o apartamento onde ela estava morando, em Olinda, no Grande Recife, depois da separação do casal. Como Olinda não tem delegacia da mulher, a apuração foi feita em Paulista.
O inquérito foi concluído no dia 8 de dezembro. No novo depoimento, nesta terça, Maria Eduarda foi acompanhada pelo advogado criminalista Márcio Jatobá, que assume a defesa dela daqui para a frente.
Segundo o advogado, a delegada Jéssica Ramos explicou que chamou Eduarda para depor outra vez para tentar entender melhor sobre as nove queixas que ela havia prestado entre os anos de 2000 e 2010.
A economista aposentada assumiu que desistiu de ir adiante com algumas dessas queixas. Alegou que sofria pressão de Pedro Eurico para que desistisse e falou à delegada que não tem conhecimento dos desdobramentos desses registros de agressões na polícia.
Márcio Jatobá rebateu a nota enviada pela defesa de Pedro Eurico na sexta-feira (10), dizendo que "estranha a pressa com a qual a investigação foi concluída, sem os depoimentos de testemunhas importantes".
O criminalista afirmou que não fazem sentido as alegações de que testemunhas que poderiam apresentar alguma versão defensiva em relação ao ex-secretário Pedro Eurico deveriam depor. Para ele, à rigor, "esta fase policial não deve ser encarada como uma oportunidade de quem está sendo acusado de oferecer qualquer tipo de defesa".
"Inclusive é importante esclarecer que a própria autoridade policial, a delegada que conduziu o inquérito, foi bastante generosa, porque ela oportunizou os advogados do secretário formularem perguntas as pessoas que foram provocadas por ela a depor no inquérito”, disse.
O novo depoimento de Maria Eduarda será anexado ao inquérito que o Ministério Público recebeu no dia 9 de dezembro.
O caso está na 10ª Promotoria de Justiça Criminal de Olinda e o prazo para que o Ministério Público se posicione é de até 30 dias.
Em vídeo enviado para a TV Globo, nesta terça, o advogado Ademar Rigueira, defensor de Pedro Eurico, afirmou que o terceiro depoimento de Maria Eduarda “só demonstra que esse inquérito foi concluído de forma extremamente precipitada”.
Segundo o advogado, o depoimento, terceiro fornecido pela denunciante, traz “alguns fatos novos”. Para Rigueira, proceder desta forma “é um direito dela, não resta dúvida”. No entanto, voltou a dizer que é preciso aprofundar e outras testemunhas devem prestar depoimentos.
“Ex-companheira e pessoas que tinham um relacionamento íntimo com casal e que não foram questionadas. Não se deu o direito a essas pessoas de contribuir com a produção da prova”, afirmou.
Ademar Rigueira também questionou materiais contidos no inquérito. De acordo com ele, áudios foram juntados por Maria Eduarda sem passar por perícia.
“Há áudios que foram gravados clandestinamente e não se têm nada nada a respeito da custódia dessa prova que foi produzida. Não se tem nos autos a prova de que esses áudios não foram truncados não foram cortados e não foram modificados na sua essência. O que a defesa é que os fatos sejam apurados”, declarou.
fonte: g1